03/09/2018 | 10:42 | Por Notícias ao Minuto
Entenda a crise dos caminhoneiros
A União dos Caminhoneiros do Brasil anunciou que faria mobilização após o feriado da Independência
Por Notícias ao Minuto

Insatisfeitas com o preço dos combustíveis e a queda de faturamento dos caminhoneiros, algumas entidades voltaram a falar em paralisação neste começo de setembro.

Entenda o que está na origem dessa crise e daquela que parou as estradas entre maio e junho deste ano.

 - Vai haver nova paralisação de caminhoneiros?

Não é possível afirmar que vai haver paralisação.

Neste sábado (01), a UDC (União dos Caminhoneiros do Brasil), uma das entidades que reúnem transportadores no país, publicou nota afirmando que faria mobilização após o feriado da Independência (dia 7 de setembro), por tempo indeterminado.

O setor, porém, não tem lideranças centralizadas. São mais de 500 mil transportadores no país, dos quais quase 400 mil são caminhoneiros autônomos e cerca de 300 cooperativas.

O uso das redes sociais descentraliza a comunicação e as decisões. Em 2016, 66% dos caminhoneiros usavam internet pelos smartphones, segundo os dados mais recentes, da CNT, mas a penetração cresceu desde então.

Há outras entidades falando em greve?

Gilson Baitaca, líder do Movimento dos Transportadores de Grãos, de Mato Grosso, falou em "risco de novas paralisações" se a ANTT não se posicionar até o dia 7 ou 8 de setembro sobre a nova tabela de fretes, que, segundo ele, não está sendo cumprida.

A Abcam, entidade que reúne os motoristas autônomos, afirmou neste sábado (01) que é totalmente contrária a novas manifestações e que pretende se reunir com o governo para discutir a crise do setor.

Na sexta e no sábado, circularam em aplicativos de trocas de mensagens áudios, cuja autenticidade não foi comprovada, convocando para novas paralisações.

Um complicador é que não há linha direta entre caminhoneiros autônomos e seus "representantes".

Os primeiros acordos, feitos durante a paralisação de maio, foram assinados pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Confederação Nacional do Transporte (CNT), Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) e outros sindicatos. A Abcam abandonou as reuniões.

Apesar das reuniões das entidades com o governo e das assinaturas, motoristas se disseram não representados, e o movimento só foi encerrado vários dias depois.

O que levou às novas reclamações?

Entidades dizem que o governo não cumpriu o prometido em relação ao preço do diesel. O governo anunciará redução de R$ 0,46 por litro nas bombas de combustível -R$ 0,30 de subsidio mais R$ 0,16 de cortes de impostos. Entre a primeira semana de greve, em maio, e a semana passada, a queda foi de R$ 0,41 por litro, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

Caminhoneiros reclamam também de que as empresas não estão pagando o frete mínimo estabelecido por lei editada após a paralisação de 11 dias entre maio e junho do ano passado.

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