O Paraná é um dos três estados com menor incidência da Covid-19 em relação à população, de acordo com informações do Ministério da Saúde divulgadas na segunda-feira (17). O índice do Paraná é de 930,4 – o terceiro melhor do País, após Minas Gerais, com índice de 830,1, e Rio Grande do Sul, com 861,4. Em relação à mortalidade, o Paraná também está entre os três com menores índices. Minas Gerais fica em primeiro (com 19,9), Mato Grosso do Sul em segundo (com 23) e o Paraná em terceiro, com índice de 23,9.
“A série de ações e atividades combinadas e coordenadas resultaram nestes índices”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. “Embora estejamos entre os melhores, não consideramos como boa a nossa situação, pois há óbitos pela infecção diariamente”.
Entre as ações realizadas estão as restrições impostas pelo Governo, o aumento na capacidade de testagem, a vigilância epidemiológica atuante, a ampliação de leitos, a divulgação de informações e orientações.
INFORMAÇÃO – Ainda em janeiro, a Secretaria da Saúde iniciou o trabalho de orientação e divulgação de informações. Com o passar dos dias, foram publicados uma nota informativa, materiais orientativos, textos para a imprensa e logo em seguida criado um site exclusivo sobre o novo coronavírus (www.coronavirus.pr.gov.br/Campanha). “A informação é uma das estratégias de enfrentamento à pandemia. Lutamos diariamente contra as notícias falsas, além dos desafios da doença”, explicou Beto Preto.
Além de materiais educativo e informativo, foram publicadas leis, decretos e resoluções de orientações e de restrições durante toda a pandemia. Até o mês de agosto, o Governo do Paraná tinha publicado seis novas leis, duas leis complementares e 47 decretos relacionados à Covid-19. Somente a Secretaria de Estado da Saúde contabiliza 26 resoluções que se referem a ações de enfrentamento à pandemia e 44 Notas Orientativas.
Entre os documentos oficiais estão os decretos que impuseram medidas de restrição por 14 dias a 141 municípios do Estado. O secretário da Saúde aponta que as medidas restritivas apresentaram impacto positivo nas cidades elencadas. “Atuamos pelo bem-estar da população. Em muitos aspectos houve divergência de entendimento em relação à necessidade de suspender atividades. Mas nosso primeiro compromisso é com a saúde dos paranaenses”, afirmou.
Beto Preto enfatizou que os índices de transmissibilidade e infecção reduziram quando analisados após 14 dias do encerramento da data de restrições. “Em muitos municípios verificamos a redução do crescimento, a desaceleração. Em todas as regionais de saúde conseguimos mensurar, mesmo que pequena, uma redução no avanço de casos e óbitos”, acrescentou.
OUVIDORIA – A Ouvidora Geral da Saúde é parte essencial no atendimento à população e no resultado alcançado no comparativo nacional. Além dos registros das manifestações de todos os temas do Sistema Único de Saúde no Paraná, desde o dia 13 de março ocorre atendimento 24 horas por dia.
O ouvidor Geral da Saúde, Yohhan Souza, explica a rotina de atuação. “Desde o início da pandemia, criamos a Central de Atendimento Avançado para Enfrentamento do Coronavírus – Covid-19, em que estudantes de medicina respondem aos questionamentos da população. Com o passar dos meses percebemos que as pessoas têm absorvido as informações e orientações e os questionamentos estão mais qualificados do que no início da pandemia”, disse Souza.
De acordo com o ouvidor, esse esforço demonstra o interesse das pessoas sobre informações oficiais e seguras. “Embora no início os atendentes da Central respondessem uma variedade de dúvidas, percebemos que as pessoas ainda buscam as confirmações, esclarecer situações sobre resoluções, medidas de proteção e prevenção”, complementou.
VIGILÂNCIA – A Secretaria da Saúde também mantém a atuação da Vigilância Epidemiológica forte. As ações das unidades sentinelas seguem ocorrendo normalmente. Foi assim que o Laboratório Central do Paraná (Lacen) identificou um caso positivo entre as 1.952 amostras coletadas entre janeiro e 12 de março.
“Todas as amostras coletadas em pacientes com síndrome respiratória desde janeiro no Estado foram examinadas. Esse trabalho é muito relevante porque mostra que não havia pessoas infectadas com o vírus circulando pelo Paraná. Entre todos os exames, um teve resultado positivo e já estava fora do período de transmissibilidade e em isolamento porque era contato de outro positivo”, explicou a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti Lopes.
Ao longo da pandemia o Estado aumentou a capacidade de testagem dos exames pelo método RT-PCR tanto pelos laboratórios públicos quanto nos particulares, como também a quantidade de laboratórios habilitados para realização destes exames.
No início apenas o Lacen realizava testes. Aos poucos os laboratórios particulares foram habilitados para que os resultados fossem validados pela Secretaria da Saúde. Agora, 28 laboratórios realizam exames e, obrigatoriamente, lançam os dados no sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL).
O Instituto de Biologia Molecular (IBMP), extensão da Fundação Oswaldo Cruz no Paraná, que está instalada no Tecpar, começou a realizar testes em abril. A capacidade de operação foi crescendo e hoje o IMBP realiza em média 5 mil exames por dia.
Até o dia 16 de agosto haviam sido realizados no Estado 985.595 exames. Destes, 256.305 feitos pelo Lacen-PR e IBMP, representando 66,5% de toda a testagem no Paraná.
LEITOS – No início de março o Paraná tinha disponível 1.329 leitos de Unidade de Terapia Intensiva, criados ao longo de 30 anos. Deste total, 194 leitos foram revertidos para atendimento exclusivo da Covid-19. Nas semanas seguintes outros 956 leitos de UTI exclusivos para pacientes com a infecção causada pelo novo coronavírus foram criados e contratados, tanto em unidades hospitalares próprias do Estado como em unidades particulares, de forma gradual. Com isso, o Paraná totalizou, até 17 de agosto, 1.150 leitos de UTI, entre adulto e infantil, e mais 1.633 leitos clínicos e de enfermaria exclusivos para Covid.
Com a estratégia de regionalização e descentralização de estrutura de atendimento, adotada pelo Governo do Estado desde 2019, a Secretaria da Saúde organizou e planejou os leitos distribuídos em quatro macrorregiões. “Atuamos desta maneira para deslocar minimamente o paciente, reduzindo tempo e possibilitando que fique próximo de sua residência”, disse o diretor de Gestão em Saúde, Vinícius Filipak. “Dessa forma, ativamos quando necessários novos leitos e fazemos a gestão buscando respeitar a vontade de família de estar próximo, mas com todas as condições necessária de suporte para o atendimento.”