A nuvem de gafanhotos que está rondando a fronteira do Brasil com a Argentina continua se deslocando lentamente na Província de Corrientes, próximo à cidade argentina de Curuzú Cuatiá, que fica a 130 km do município de Barra do Quaraí e a 160 km de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.
Segundo as últimas atualizações do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), parte da nuvem está em local de difícil acesso e controle químico. As baixas temperaturas na região ajudaram a conter a movimentação dos gafanhotos.
Enquanto isso, o Ministério da Agricultura brasileiro informou que há uma nova nuvem de gafanhotos se formando no Paraguai. A nuvem está na região do Chaco, no Departamento de Boquerón, a 300 km da Argentina, próxima a uma área de preservação ambiental.
Troca de informação entre os países
Para fazer um trabalho de prevenção, os países da América do Sul tentam conversar com frequência sobre a movimentação dos gafanhotos. Nesta quinta, 16, o Ministério da Agricultura promoveu um seminário virtual para tratar do monitoramento e controle do gafanhoto migratório que preocupa produtores e técnicos dos países do Cone Sul.
O objetivo foi promover a troca de experiências e informações sobre as ações de monitoramento e controle da praga, que vem sendo realizadas na Argentina e as medidas que podem ser aplicadas no Brasil.
A equipe técnica do Ministério da Agricultura em Brasília informou que se mantém em alerta juntamente com as Superintendências Federais de Agricultura (SFAs) e os Órgãos Estaduais de Defesa Agropecuária nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e em permanente contato com o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) para o monitoramento do deslocamento da nuvem de gafanhotos e a preparação de medidas de controle de forma tempestiva, se for necessário.
O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da secretaria de Agricultura do RS, Ricardo Felicetti, explica que a preocupação, neste momento, é com a elevação das temperaturas que facilitam o deslocamentos dos gafanhotos que estão na Argentina.
Para Ricardo, o governo brasileiro não deve descartar a infestação vindo tanto da Argentina, como da nova nuvem, formada no Paraguai. “O trabalho é de prevenção, de preparação com um plano de emergência robusto e toda uma preparação voltada a uma infestação aqui no Rio Grande do Sul e demais estados do país.”