A reabertura das fronteiras do Paraguai já nem tinha data prevista. Agora, então, pode ficar pra uma data ainda mais distante, segundo o Portal H2Foz.
A diretora de Promoção de Saúde do Paraguai, Adriana Amarilla, considera a reabertura das fronteiras “uma situação preocupante”, ainda mais por causa do comércio, que certamente faria promoções para sair da crise, o que facilitaria os contágios, noticia o jornal La Nación.
Para ela, é preciso esperar o inverno passar, já que com o frio vêm outras doenças, como gripes e resfriados, o que complica ainda mais a situação da saúde pública. Depois, analisar os casos, internamente, e observar o comportamento do vírus na região, para “de forma paulatina retomar a normalidade”.
Adriana Amarilla analisa que a curva dos casos de covid-19, no Paraguai, ainda não chegou ao nível de achatamento, “porque os casos estão aumentando. Tratamos sempre de diminuir a altura do pico dos casos”.
O risco de contágio, numa pandemia, sempre vai existir, enquanto não houver vacinas, lembra, e a única opção é o cuidado com as medidas sanitárias, como lavar as mãos, usar máscaras e manter o distanciamento físico.
Sábado negro
O sábado, 27 de junho, foi o pior dia para a pandemia, no Paraguai. Foi registrado o recorde de 231 casos em 24 horas, dos quais 186 na peniteniciária de Ciudad del Este, como informou o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni.
E o que é pior, mais duas pessoas morreram, subindo o total para 15 óbitos. Do lado positivo, mais 32 pessoas se recuperaram, e agora o total subiu para 1.045. O número de internados duplicou, de 11 para 23, dos quais três em terapia intensiva, todos com comorbidades.
Dos 231 casos positivos, um é proveniente do exterior, 185 da prisão e 13 por contato, em distintos pontos do país.
O que preocupa as autoridades de saúde são os casos de transmissão sem que se chegue à origem da infecção. Só num dia, houve 32 contágios de origem desconhecida, em 15 municípios.
Vários desses casos sem conexão com outros, segundo o diretor de Vigilância da Saúde, Guillermo Sequera, mostram uma disseminação considerável. E mais: houve registro de “duas, três e quatro pessoas numa mesma família”, sem se chegar ao contato inicial.
Bandeira vermelha
O ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, volta a alertar para a possibilidade do país ter um retrocesso na quarentena inteligente, a qual agora está na fase 3, com quase todas as atividades em funcionamento.
Embora o governo ainda não considere retroceder de fases, por enquanto, o ministro diz que os últimos números representam uma “bandeira vermelha” para todos, principalmente devido ao grande número de casos sem conexão com outros conhecidos.
Ele lança um “chamado de alerta” à população. “Em minha vinda para cá, ao Ministério da Saúde, nos arredores eu percebi que metade das pessoas usava máscaras e a outra metade não”, conta.
É por isso que ele deixa aberta a possibilidade de retroceder de fase na quarentena inteligente. “Se for mantida esta tendência, certamente pode gerar uma mudança substancial nos indicadores que poderiam fazer-nos planejar isso (o retrocesso)”, diz Mazzoleni.
“Não será o ministro da Saúde nem o governo nacional que irá fechar, mas sim o peso dos números, dos indicadores do próprio vírus”, alerta.