Entidades que representam hospitais do Paraná fizeram um alerta, nesta segunda-feira (23), para o risco da falta de alguns medicamentos por conta do aumento da procura por atendimento.
Conforme as entidades, existe uma preocupação no curto prazo com medicamentos usados principalmente nas UTIs, para tratar de pacientes em estado grave com o novo coronavírus. As entidades citaram produtos usados na sedação, fase que prepara pacientes mais graves de Covid-19 para intubação e ventilação mecânica.
Por meio de nota, o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar), a Associação dos Hospitais do Paraná (Ahopar), as federações das Santas Casas e hospitais beneficentes, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), a Associação Comercial do Paraná (ACP), além de cooperativas privadas de saúde, alertam para a necessidade de reforçar as medidas de distanciamento para conter o avanço da pandemia no estado.
A Fundação Estatal de Atenção à Saúde, órgão da Prefeitura de Curitiba, que faz a gestão do Hospital do Idoso, do Centro Médico do Bairro Novo, da UPA do Tatuquara e da ala clínica do Hospital Vitória, afirmou que já existe dificuldade para encontrar no mercado produtos como a fentanila e o midazolan, que são sedativos e analgésicos.
A diretora da fundação, Deise Caputo, disse que o estoque para esses hospitais dura, no máximo, 20 dias, e já há dificuldade de reposição porque os laboratórios não podem atender, além dos preços mais altos dos medicamentos.
"A medida que as unidades hospitalares não têm acesso a esses produtos, eles vão se lançando mão de outros produtos, como a morfina, e esses produtos também vão sofrer escassez de mercado. A gente está em um panorama que cada dia, a gente vive esse dia. O amanhã a gente não sabe", disse Deise.
A Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa) informou que está levantando dados a respeito dos estoques e buscando negociar com os laboratórios para impedir a falta dos medicamentos.
A secretaria recomendou ainda que os serviços de saúde avaliem alternativas terapêuticas de acordo com a disponibilidade do mercado, fazendo adaptações dos protocolos de atendimento.