A Associação MPME – Micro, Pequenas e Médias Empresas (Mypes) está preparando um projeto que declara a cidade de Salto del Guairá como uma "catástrofe econômica", como resultado do fechamento da fronteira e da falta ajuda do governo à sobrevivência. As agências bancárias, uma a uma, estão deixando a cidade.
Segundo os líderes da MPME, a situação financeira é insustentável, considerando que a economia da cidade depende 80% do comércio de fronteiras, totalmente paralisada pelo fechamento da fronteira. Dezenas de famílias estão indo da cidade para o interior, em busca de sobrevivência que está se tornando cada vez mais difícil em Salto, dizem eles.
“O Fundo de Garantia do Paraguai (Fogapy) é uma grande mentira para o povo de Salto; as dívidas que contraímos estão nos encolhendo. A ANDE, em vez de nos ajudar, amplia nossas contas e, entretanto, somos forçados a colocar em quarentena. Esta cidade está morrendo comercialmente e você não percebe", disse Victor Stanley, líder das MPME, em uma mensagem às autoridades nacionais.
Como medida, ocorreu um buzinaço na tarde deste domingo (07). Mais de 2.000 veículos participaram.
Os comerciantes mantêm constantes reuniões on-line com as autoridades da região, para discutir a situação econômica premente e procurar uma saída. Eles se encontraram com o governador de Canindeyú, César Ramírez, e representante do município e da Diretoria.
Outra equipe, liderada por Arnaldo Villalba, está trabalhando na elaboração do projeto de declaração de catástrofe econômica, além do uso de material audiovisual para demonstrar em números e imagens a realidade da capital de Canindeyú.
“Não só os comércios estão quase todos fechados. Na próxima semana, a segunda agência bancária fecha [...]. Primeiro, foi o Banco Atlas e agora o Banco Familiar está saindo. E eles não serão os últimos”, lamentou.
Com o fechamento dos shoppings, milhares de empregos formais foram perdidos, além de milhares de outras ocupações informais e de pequenas empresas. A situação é agravada ainda mais pelo forte declínio do real em relação ao dólar. No início da pandemia, a variação era de 4 reais por dólar; agora está chegando a 6 reais por unidade da moeda americana, praticamente extinguindo a vantagem comparativa de vir comprar no Paraguai.
Para a terça-feira (09), aguarda-se a chegada de uma comitiva do governo para analisar a situação e propor possíveis saídas. O grupo é liderado pelo ministro Euclides Acevedo, do Interior; e Liz Cramer, da Indústria e Comércio.