Desde o dia 18 de maio, a usina hidrelétrica de Itaipu tem aberto o vertedouro de forma intermitente para complementar a água escoada pelas turbinas e defluir, diariamente, uma vazão média de 8.500 m³/s ao Rio Paraná, a jusante da barragem. E, nestes primeiros oito dias de operação, o trabalho conjunto da área técnica da empresa conseguiu um feito: uma precisão quase perfeita no cumprimento da meta de defluência média diária. A medida atende a uma demanda das chancelarias de Brasil, Paraguai e Argentina e tem o objetivo de aumentar o nível do rio para permitir a navegação nos países vizinhos.
Segundo o gerente do Departamento de Operação do Sistema de Itaipu, Rodrigo Pimenta, as áreas de Programação e Hidrologia elaboraram um estudo que indicou as necessidades de vertimento e a expectativa do deplecionamento do reservatório, balizando o planejamento da execução da Operação Especial, que deve seguir até sexta-feira (29).
Com as metas estabelecidas, a equipe montou alguns gráficos para acompanhar a execução da Operação Especial. No gráfico, é possível notar que as metas de defluência planejada e observada têm se mantidas praticamente iguais. Os pequenos desvios são inerentes ao próprio processo de execução da operação e devido a alterações eventuais na programação de produção.
Ao longo deste período, também foi negociado com o Operador Nacional do Sistema (ONS) uma maior produção de energia, reduzindo, assim, a quantidade de água que seria escoada via vertedouro. Até o momento, o vertimento observado foi 13% inferior ao planejado. Com as chuvas recentes e o consequente aumento da vazão do Rio Iguaçu, a redução do vertimento pode ser ainda maior. Nesta quarta-feira (27), por exemplo, não há previsão de abertura do vertedouro. A água que seria vertida acaba sendo armazenada no reservatório.
As chuvas da semana passada na área de influência do reservatório também ajudaram a reduzir o deplecionamento, fazendo as curvas do planejado e do observado se “descolarem”. Rodrigo Pimenta explica que as curvas partem de um ponto diferente, porque o nível do reservatório estava alguns centímetros mais alto que o previsto quando começou a operação.
“A partir das chuvas do dia 22, houve um descolamento considerável entre as curvas”, conta Pimenta. Segundo ele, em função das chuvas, até o momento, a taxa de deplecionamento do reservatório está, aproximadamente, 30% inferior ao previsto.
“É muito importante o trabalho conjunto de áreas como a Hidrologia, a Programação Energética e a Operação em Tempo Real, que fazem o melhor uso da água neste período”, resume o superintendente de Operação, José Benedito Mota Júnior. “Também é essencial a alta disponibilidade das unidades geradoras mantidas pela equipe de Manutenção para que possamos colocar as unidades em operação no melhor horário possível, otimizando o uso da água e atendendo o que nos foi requisitado”, conclui.
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