Na última sexta-feira (08) um crime brutal abalou a tranquila cidade de Quedas do Iguaçu, no Paraná. Um agricultor de 50 anos foi preso em flagrante, acusado de assassinar sua esposa de 41 anos, estudante de enfermagem. O crime ocorreu na residência do casal, localizada na Linha Novo Horizonte, área rural da cidade.
O casal estava junto há 22 anos e o crime ocorreu entre 8h30 e 9h20 da manhã de sexta-feira. O agricultor, inicialmente, acionou o SAMU e a equipe policial militar, alegando que sua residência havia sido alvo de um assalto, e que sua esposa havia sido assassinada por dois meliantes encapuzados que fugiram a pé levando o celular da vítima, 700 reais e uma arma de pressão.
Contudo, ao chegarem ao local, as equipes da Polícia Civil e da Polícia Militar identificaram contradições e incongruências no relato do agricultor. A violência empregada contra a vítima, que teve a calota craniana afundada e o rosto desfigurado por dezenas de pauladas, contrastava com a integridade física do marido. Além disso, a falta de plausibilidade de um assalto nas circunstâncias relatadas e as constantes mudanças na versão do agricultor levantaram suspeitas.
Questionado sobre as incoerências, o agricultor passou a dar respostas evasivas, ora associando a morte de sua esposa a dívidas com agiotas, ora atribuindo-a a um sobrinho, vizinho do imóvel rural, com quem teria divergências e rixas familiares. Todas as hipóteses foram investigadas e descartadas pelas equipes policiais.
A suspeita de que o agricultor estivesse envolvido no crime aumentou quando ele revelou ter lavado as mãos após encontrar a esposa morta, indicando que ele havia alterado a cena do crime. Marcas de sangue espirrado foram encontradas em sua camiseta, sugerindo que ele estava próximo à vítima no momento de sua morte. Além disso, foram encontradas lesões de arranhões por unha no corpo do agricultor, indicando luta corporal e tentativa de defesa por parte da esposa.
Durante a investigação, foi encontrado o notebook da vítima com o aplicativo WhatsApp aberto. As mensagens revelaram que a esposa mantinha um relacionamento extraconjugal, cuja descoberta pelo marido na manhã do crime parece ter sido o estopim do feminicídio. O homem com quem a mulher mantinha o relacionamento extraconjugal se apresentou voluntariamente à Delegacia de Polícia após ouvir rumores sobre a morte e confirmou que ela parou de interagir com ele no aplicativo de mensagens no horário exato da morte.
Contrariando a versão do agricultor de que o celular da esposa havia sido levado pelos supostos assaltantes, a equipe policial ligou para o aparelho via WhatsApp e constatou que a ligação estava “chamando”, indicando que o celular estava nas proximidades da residência e conectado ao Wi-Fi.
Diante das evidências, o agricultor foi preso em flagrante pelos crimes de homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Durante seu interrogatório, o acusado optou por permanecer em silêncio.
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