Na área rural do Paraná, a tradição das vendinhas segue viva, e doces e alimentos embutidos são comuns neste tipo de local.
Também conhecidos como armazém de secos e molhados, são presença constante e solucionam demandas das comunidades.
A venda do Alex Alves é uma das mais antigas de Cianorte, no noroeste do estado. Os frequentadores mais velhos dizem que ela foi aberta na década de 1960. Alex assumiu o comércio há um ano e meio, mas sempre foi fascinado por este tipo de negócio.
“Se fosse outro tipo de estabelecimento, um bar qualquer na cidade, não seria pra mim. Porque eu não me identificava como um ‘botequeiro’, agora, como um vendeiro, sim”, disse o proprietário.
Ele conta que, apesar de ter oportunidade maior de crescimento em outro negócio, comanda a vendinha por amor.
Entretanto, a história de Alex com a venda começou muito antes de comprá-la. Antigamente, ele frequentava o local apenas para ver uma mulher, que hoje é sua esposa.
Ao lado do marido, Irani Alves atende no local e é responsável por trazer novidades no cardápio do comércio. O menu inclui frango frito, charque e charque acebolado, mas a opção mais pedida é o bolinho de carne com massa de bolinho de chuva.
"A nossa maior motivação é estarmos juntos, como família, e poder fazer algo junto que gostamos", disse Irani.
Em dias mais concorridos, o local chega a atender até 300 pessoas, segundo o casal.
Queda de clientes
Ainda em Cianorte, outra vendinha também é repleta de histórias. Valdemar Luchetti está há mais de 24 anos no negócio e, para ele, o local deixou de ser apenas um trabalho para ser, também, uma distração e um encontro com amigos.
A vendinha de Valdemar está aberta há mais de 60 anos e já passou por vários donos. O atual proprietário conta que comprou o estabelecimento porque viu uma oportunidade de ter terra e o negócio que sempre sonhou.
Segundo ele, antigamente não havia espaço no caderno para as anotações das contas dos clientes. Hoje, o movimento diminuiu, mas ele não quer abandonar o comércio.
"Hoje, o movimento é fraco, mas, no tempo que era mais movimentado, eu ficava estressado. Eu fechava a venda e ia dar uma volta na roça", disse Valdemar.
A queda no número de clientes também é o caso da venda de Antônio Gonçalves, em Maringá, no norte do estado.
O local já serviu como ponto de venda de café, quando a principal renda da cidade vinha do grão.
Segundo Antônio, a vendinha não dá mais lucro, mas as portas ficam abertas por uma questão de afeto, emoção e memória.
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