De novo com emoção, de novo com um herói improvável, o alviverde continua imponente e dono da América. O Palmeiras se tornou tricampeão da Libertadores depois de vencer o Flamengo por 2 a 1 na tarde deste sábado, em Montevidéu, no Uruguai, e manteve o domínio continental com o segundo título seguido – já havia vencido a edição de 2020 em janeiro, contra o Santos, no Maracanã. Se no início do ano foi Breno Lopes, desta vez foi Deyverson o responsável por decidir a favor do Verdão. Na prorrogação, provocou falha de Andreas Pereira, avançou sozinho e fez o gol do título – Raphael Veiga e Gabigol marcaram no 1 a 1 do tempo normal. Em um jogo praticamente impecável, o time de Abel Ferreira vai mais uma vez para o Mundial de Clubes, no início do ano que vem. Mas, enquanto isso, é hora de comemorar mais uma vez: a América continua inteira pintada em tons de verde.
Mais um tri!
Com o título deste sábado, o Palmeiras iguala São Paulo e Santos como os maiores brasileiros campeões da Libertadores – além dos dois últimos títulos, também levantou a taça em 1999.
Outro herói improvável
Em janeiro, Breno Lopes. Em novembro, Deyverson. Mais uma vez, um atacante reserva é lançado por Abel Ferreira nos minutos finais de uma Libertadores... e ele decide. Desta vez foi Deyverson, que usou a camisa 9 na competição e a honrou no momento mais importante: como um autêntico centroavante, pressionou Andreas Pereira numa saída de bola, roubou e finalizou na saída de Diego Alves para dar o segundo título continental seguido ao Verdão. Baita prêmio para um jogador que até divide opiniões, mas entende muito bem a torcida palmeirense e, novamente, conseguiu alegrá-la da melhor maneira! Afinal, foi dele também o gol do título brasileiro de 2018, em jogo contra o Vasco.
Questionamentos
Vice-campeão da Libertadores, o Flamengo deve terminar o ano sem títulos nacionais ou internacionais – há uma chance mínima de título brasileiro, quase nas mãos do Atlético-MG. A derrota pode aumentar a pressão sobre o técnico Renato Gaúcho, que neste sábado levou o que tinha de melhor a campo, apostando na experiência – mas demorou a colocar Pedro e Vitinho na prorrogação. Campeão em 2019, o Fla ficou no quase e terá muito a debater no fim da temporada.
Primeiro tempo
Os primeiros 45 minutos foram do jeito que o Palmeiras sonhava – e o Flamengo não queria. O time de Abel Ferreira, como gosta de fazer, deixou a bola nos pés do adversário e preparou a armadilha para aproveitar os espaços deixados pelos laterais. Logo aos cinco minutos, Gustavo Gómez fez lindo lançamento para Mayke, que deu passe para trás e viu Raphael Veiga entrar sozinho na área para finalizar e fazer o 1 a 0. Depois disso, o Rubro-Negro tentou encontrar meios de furar a ótima marcação palmeirense e teve até arrancadas de David Luiz na esperança de abrir a defesa rival. Apesar dos 63% de posse, a bola passou pouco pelos pés de Arrascaeta e Gabigol, principalmente – quando passou, criou-se a melhor chance do Flamengo, com cruzamento de Gabi, desvio de Bruno Henrique e finalização de Arrascaeta para grande defesa de Weverton. Bruno Henrique ainda teve outras tentativas, mas foi muito bem vigiado por Mayke (talvez o melhor em campo) e Gómez. Defensivamente, um primeiro tempo quase perfeito do Palmeiras.
Segundo tempo
O Flamengo voltou melhor e teve duas chances com Gabigol logo de cara – na primeira ele foi travado por Danilo e Gómez, e na segunda não conseguiu completar desvio de Willian Arão após cobrança de escanteio. O Palmeiras se manteve fiel ao que implantou desde o início, com uma linha de cinco defensores e deixando a bola com o Fla na intermediária. O time de Abel conseguiu até dar sustos, como num chute de Rony fora da área que exigiu grande defesa do goleiro, mas o Rubro-Negro cresceu e passou a ser mais agudo. Novamente no ataque, David Luiz fez Weverton operar um quase milagre em chute cara a cara. Pouco depois, Bruno Henrique subiu mais do que Gómez e cabeceou para fora em cobrança de escanteio. A entrada de Michael na vaga de Éverton Ribeiro fez o jogo ficar ainda mais concentrado perto da área do Palmeiras – e, chance após chance, o Flamengo conseguiu o empate com Gabigol, que recebeu, se livrou de Mayke e chutou cruzado, no canto de Weverton, para marcar. Com o Fla mandando nas ações a partir dali, Michael ainda teve a chance da vitória no tempo normal: recebeu lançamento de Arrascaeta, saiu de Piquerez, mas finalizou torto.
Prorrogação
Kenedy entrou de um lado, e Deyverson do outro. Num jogo equilibrado e cheio de estrelas, coube ao atacante do Palmeiras decidir logo aos quatro minutos do primeiro tempo: aproveitou falha de Andreas Pereira e finalizou na saída de Diego Alves, iniciando a festa da torcida alviverde, que era minoria no Uruguai. Renato Gaúcho respondeu colocando, talvez tarde demais, Pedro e Vitinho no jogo. Aí, já no desespero, o Fla apelou para a bola aérea, martelou, mas parou na zaga palmeirense. Antes mesmo do apito final, nomes como Luiz Adriano e Jorge já comemoravam no banco. E o título veio minutos depois.
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