24/07/2021 | 19:06 | Uol
Golpe do reconhecimento facial faz vítima financiar carro para terceiros
Reprodução
O reconhecimento facial, ferramenta criada para dar mais segurança a dispositivos e operações, tem sido usado na aplicação de um novo golpe.

O publicitário Piero Rossi, morador da capital paulista, alega à reportagem de UOL Carros ter descoberto o financiamento de um carro em seu nome, contratado à sua revelia. A má noticia veio, afirma Rossi, logo após ele mostrar o rosto para o celular de um motoboy, para confirmar a respectiva identidade e, assim, receber um brinde na sua residência.

O golpe, explica, deixa as parcelas do automóvel para a vítima pagar, mesmo sem ela receber o veículo - que ficaria em poder dos golpistas. O publicitário denunciou o caso à Polícia Civil de São Paulo, que deu início a investigação por suspeita de estelionato.

Rossi também levou o caso ao Itaú, que teria liberado o financiamento. O banco informa que abriu procedimento interno para apurar os fatos.

Piero conta que soube por meio do banco que uma picape Volkswagen Amarok V6 2018/2019, no valor aproximado de R$ 200 mil, está financiada com seu CPF. Ele nega ter feito a transação e diz que desconhece o paradeiro do carro.

"Como sou publicitário, vira e mexe ganho presentes por entrega que exige reconhecimento facial. Por isso, não desconfiei naquele momento. Primeiro entraram em contato comigo por WhatsApp e confirmaram meus dados. Depois, veio a entrega", afirma.

'Presente de grego'

O "presente de grego", um kit de perfumaria, foi entregue na residência de Rossi por um motoboy, o qual teria informado que teria de confirmar o recebimento. Para tal, realizou suposto procedimento de leitura da face do publicitário.

"Ele disse que era de uma loja de flores. Quando foi embora, comecei a ficar desconfiado e telefonei para o estabelecimento. Foi aí que fiquei mais preocupado, porque disseram que não haviam enviado nenhum produto para mim", disse.

Algum tempo depois, o publicitário recebeu uma ligação do banco, confirmando o financiamento do veículo em seu nome.

Com a confirmação facial e possivelmente de posse de documentos falsos, um suspeito retirou o veículo na loja e sumiu, diz.

"Isso ocorreu em maio. Fui à delegacia e acionei o banco. Já tem mais de duas semanas e não tive retorno", continua.

Segundo o advogado João Victor Abreu, que representa a vítima, a investigação do suposto golpe ficou sob a responsabilidade do 6º Distrito Policial (Cambuci).

"Não sabemos quem está com o carro. Não sabemos onde está o carro. E nem sabemos qual foi a loja que liberou o carro. Todas as informações que temos foram passadas ao banco", explica Abreu.
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