Durante três dias o menino recebeu tratamento com antibiótico e demais medicamentos, no entanto, não apresentou melhoras. Neste momento a família diz ter percebido que a Meia Praia (SC) não tinha estrutura suficiente para trata-lo e retornou rapidamente ao Paraná.
Ao chegar no Hospital Pequeno Príncipe, em menos de 20 minutos foram atendidos pelo Dr. Victor Horácio, que rapidamente examinou o paciente e solicitou internação imediata. Depois de uma série de exames, veio o diagnóstico: Infecção Intestinal Grave.
O médico declarou que nos anos anteriores recebia muitos pacientes com gastroenterite contraída nas praias do Paraná, motivo pelo qual estranhou o grande número de crianças com os sintomas da doença após passarem alguns dias nas praias de Santa Catarina.Ele chegou a entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica para que os órgãos competentes da área de saúde fossem notificados sobre a situação no litoral catarinense, informando a sua observação.
A mãe da criança fez a seguinte declaração nas redes sociais: "Acredite se quiserem: eles responderam informando que está sendo despejado esgoto sanitário no mar. Viajamos em 4 adultos e 3 crianças. Destes, 3 adultos e 2 crianças passaram mal, com vômitos e diarreia. Quero alertar a todos que infelizmente SC não tem o mínimo de respeito com o ser humano! É inadmissível aceitar escoamento de ESGOTO SANITÁRIO em um mar onde banham-se pessoas, mas principalmente crianças e bebês! Balneário Camboriú, Itapema e Meia Praia não tem condição NENHUMA de receber turistas durante a temporada. Isso mostra a maior falta de estrutura e de respeito por quem por lá passeia.", finaliza a mãe na publicação.
E de quem é a culpa?
O caso da poluição do rio Perequezinho, na divisa entre Meia Praia e Perequê já foi noticiado por toda a imprensa catarinense e as temporadas de veraneio vão passando sem que uma solução definitiva seja encontrada, e a falta de atitude dos órgãos ambientais traz a indignação de quem sofre na pele as consequências de passar as férias em praias poluídas da região.
As unidades de saúde da Costa Esmeralda não tem estrutura suficiente para atender toda a demanda e por conta disso muitos turistas procuram o Hospital São José e o Pronto Atendimento 24h de Tijucas. O Hospital Santo Antônio, de Itapema, trabalha com até três médicos nos períodos de pico, chegando aos 300 pacientes por dia, mas todo esse esforço não é suficiente. Lá existe um sistema de triagem semelhante ao do hospital de Tijucas, com a distribuição de pulseiras coloridas que identificam a prioridade no atendimento. Amarelo e laranja recebem atendimento imediato, enquanto as azuis e verdes tem que aguardar até que possam ser chamados. Quando há muita gente com essas cores, os turistas e até mesmo a população fixa recorrem à Tijucas.
Segundo informações colhidas no Hospital São José, o número de atendimentos praticamente dobrou depois do Natal. A maioria dos pacientes, cerca de 8 em cada 10, apresentam os mesmos sintomas de virose supostamente provocada pelos banhos de mar na Meia Praia, em Itapema: náuseas, vômitos e diarreia.
A imprensa tem sido acionada diariamente por veranistas inconformados com episódios que assustam. Na terça-feira circulou um vídeo amador em que aparece um caminhão da Prefeitura de Itapema despejando um líquido preto numa vala do bairro Morretes. A prefeitura diz que eram dejetos removidos da rede pluvial, inclusive resíduos de cimento da tubulação, mas a explicação aparentemente não convenceu turistas e moradores.