Cinco pessoas da mesma família morreram por complicações da Covid-19 em 33 dias. O óbito mais recente é de João Ercio Almeida, de 43 anos, que morreu na madrugada desta quarta-feira (5) no Hospital Bom Jesus, em Ituporanga, no Vale do Itajaí, dois dias após o falecimento da irmã Zelirde Almeida, de 45 anos, na segunda (3).
Do total de seis irmãos, quatro morreram desde 2 de abril. O pai deles também morreu por complicações da Covid. Desde o início da pandemia, Cecília de Jesus Quadros de Almeida perdeu o marido e quatro filhos.
"Parece mentira. Quando cai na real é um choque", disse.
Agora, ela busca forças para enfrentar o momento difícil e ora pela recuperação do outro filho que segue internado. "Estou rezando para que ele saia vivo de lá [do hospital]", diz.
Ele está internado no Hospital Bom Jesus. Outra irmã também estava no hospital e recebeu alta na noite de terça (4).
A Prefeitura de Ituporanga, onde a família mora, decretou luto oficial de três dias por causa das mortes.
No total, 52 pessoas morreram por complicações da Covid-19 em Ituporanga desde o início da pandemia. Em todo estado são 13,8 mil mortes por causa do coronavírus, segundo o último boletim estadual.
João Ercio Almeida, que morreu nesta quarta, era técnico em refrigeração e estava em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), conforme a prefeitura.No dia 2 de abril, a irmã mais nova de Zelirde, Maria Rosimara de Almeida Hellmann, de 34 anos, morreu vítima de Covid-19.
O técnico de enfermagem Antônio de Almeida, de 50, irmão mais velho das duas, faleceu oito dias depois. O pai deles, João Alci de Almeida, de 70 anos, morreu após ficar sete dias internado no dia 24 de abril.
Morte dos irmãos e do pai
Maria Rosimara foi internada no dia 1º de abril e morreu no dia seguinte. Ela, que era costureira, morreu em um hospital de Ituporanga à espera de um leito de UTI.
Já o irmão dela passou cerca de uma semana hospitalizado em Rio do Sul, também no Vale do Itajaí, e não resistiu.
Antônio de Almeida era técnico de enfermagem e de radiologia. O Conselho Regional de Enfermagem (Coren/SC) lamentou a morte dele.
Segundo a entidade, Tonho, como era conhecido, chegou a participar de uma ação pedindo que as pessoas respeitassem as restrições contra a Covid.
O pai João Alci de Almeida, de 70 anos, morreu no dia 24 de abril. Segundo a prefeitura, o idoso possuía comorbidades e foi internado do dia 18 de abril.
De acordo com Glória Elizângela Souza, uma amiga da família, o pai não pôde comparecer ao enterro dos filhos. "Ele não teve condições [emocionais] de ir [ao enterro]", disse ela. Os três não moravam na mesma residência, segundo Glória.
Segundo a administração municipal, Zelirde Almeida estava internada na UTI geral do Hospital Bom Jesus desde o dia 25 de abril. Não foi informado se ela possuía comorbidades.
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