O Paraguai irá receber 400 mil doses de vacinas contra a Covid-19 doadas pelo Catar e outras 200 mil cedidas pela Índia, para concluir a imunização das equipes médicas e iniciar a vacinação dos idosos, anunciou nesta segunda-feira (22) o ministro da Saúde, Julio Borba.
Até o momento, cerca de 50 trabalhadores da área de saúde morreram de Covid no país, enquanto cerca de 20 estavam internados, informou o sindicato dos médicos.
A falta de vacinas, somada a de insumos sanitários e ao aumento do número de infectados, mobilizou nos últimos 15 dias os cidadãos, que saíram às ruas para protestar "contra a corrupção e a inoperância" do governo na gestão da pandemia, bem como para pedir a saída do presidente.
O chefe de Estado já mudou quatro ministros, entre eles o então responsável pela pasta da Saúde, Julio Mazzoleni, para reduzir a pressão popular. "Estamos buscando vacinas até entre as pedras", declarou Borba, que substituiu Mazzoleni. As reclamações sociais contra o governo, no entanto, não param, apesar da recomendação de que as pessoas permaneçam em casa entre 20h e 5h até 4 de abril.
Neste fim de semana, chegaram a Assunção 36 mil vacinas AstraZeneca adquiridas por meio do sistema Covax, mecanismo pelo qual o país prevê adquirir 4,3 milhões de doses, que se somam ao milhão de doses da Sputnik V comprado do Fundo Russo de Investimento, cuja chegada não tem uma data precisa.
A encomenda do Covax que já chegou se somou a um lote de 20 mil doses da chinesa Sinovac doado pelo Chile e a outras 4 mil doses compradas da Rússia.