Os profissionais da educação que são contra o formato de seleção do Processo Seletivo Simplificado (PSS), no Paraná, enfrentam o segundo dia de greve de fome em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba, nesta sexta-feira (20).
O protesto dos professores e funcionários da rede estadual começou na quarta-feira (18), quando eles ocuparam o prédio administrativo da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e passaram a noite no Plenarinho da Casa. Após uma determinação da Justiça, eles deixaram o local e começaram a manifestação em frente ao Palácio.
Na terça-feira (17), os manifestantes também fizeram uma passeata em protesto na capital.
O formato de seleção do processo seletivo prevê uma prova escrita como critério de seleção, e a cobrança de inscrição. Esse modelo revoltou os profissionais, que pedem a revogação do edital. Veja mais reivindicações no fim da reportagem.
As inscrições para o PSS estão abertas até 23 de novembro. O processo prevê a contratação de quatro mil professores temporários em todo o estado.
Na tarde de quinta (19), uma reunião entre representantes da APP Sindicato e do Governo do Paraná terminou sem acordo. Uma nova reunião deve ocorrer nos próximos dias, mas não tem data definida.
O governo estadual informou que reabriu o diálogo em respeito ao processo democrático depois da desocupação. Uma nova reunião poderá ocorrer nos próximos dias, segundo o governo.
Mesmo sem acordo, sindicalistas entenderam a abertura da mesa de negociações como um avanço na tentativa de retirar a prova do PSS.
"Da pauta central da mobilização, teve um avanço pequeno, mas a gente avalia que significativo. A gente parte de um não com o edital em curso para uma possibilidade de ter a prova retirada", afirmou Walkiria Olegário, da direção da APP Sindicato.
Por outro lado, houve uma definição no encontro. Ficou acordado que os servidores temporários da merenda e da limpeza das escolas passarão a receber o piso regional a partir de dezembro.
Eles passarão a receber R$ 1.380, em vez de R$ 1.306. A medida beneficia cerca de 9 mil trabalhadores. Haverá pagamento retroativo a janeiro.
Mais reivindicações
Conforme os sindicalistas, a contratação de professores e funcionários por meio de PSS ocorre há 15 anos no Paraná e nunca foi realizada com prova e cobrança de inscrição. O APP-Sindicato destacou que exige a revogação do edital do PSS.
Pelo formato dos anos anteriores, sem a prova, a avaliação era sobre a capacitação dos temporários, com análise de títulos e tempo de serviço.
O sindicato informou ainda que "o contrato de quase R$ 4 milhões para a realização da prova foi feito sem licitação", e que, devido à pandemia, "a prova seria um risco para a saúde de quase 100 mil pessoas que, segundo o governo, poderiam se inscrever".
A APP diz ainda que sempre defendeu a ampliação de contratações via concurso público, considerando que, todos os anos, segundo o sindicato, são cerca de 28 mil profissionais temporários contratados. O governo informou que, no momento, não há como abrir concurso.