Polícia Civil prende quinto suspeito de envolvimento no assassinato de estudantes em colégio de Cambé
A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (26) um homem de 39 anos suspeito de envolvimento na morte de dois estudantes no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, norte do estado. O crime aconteceu na segunda-feira (19).
Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) informou, em nota, que o homem foi preso em Rolândia, a 10 quilômetros de Cambé.
É a quinta pessoa detida suspeita de ligação com o caso, que terminou nas mortes dos alunos Karoline Verri Alves, 17 anos, e Luan Augusto, 16 anos. Os dois eram namorados.
O assassino, de 21 anos, foi encontrado morto na terça-feira (20), na cela onde estava na Casa de Custódia de Londrina (CCL). Ele dividia espaço com outro suspeito do crime.
"A Secretaria de Segurança Pública informa que a Polícia Civil prendeu um homem de 39 anos, morador de Rolândia, na manhã desta segunda-feira (26), também por envolvimento no ataque ao Colégio Helena Kolody, em Cambé, na última segunda-feira (19). As investigações seguem em andamento. Assim que o inquérito for concluído e encaminhado ao Poder Judiciário, a PCPR vai apresentar a dinâmica dos fatos e o motivo das prisões".
Os suspeitos
Segundo a Polícia Civil, Karoline e Luan foram baleados na cabeça perto das 9h da segunda, enquanto estavam no colégio.
O assassino de 21 anos foi contido por um homem que trabalhava ao lado da unidade de ensino e correu para o local assim que ouviu os primeiros tiros. Ele disse que era policial e segurou o homem até a chegada de outras equipes da PM.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, o suspeito disse em depoimento que não conhecia as vítimas.
Na noite de terça, ele foi encontrado morto na cela onde estava. O Departamento de Polícia Penal (Deppen) informou que abriu sindicância para o caso, que também é investigado pela Delegacia de Homicídios de Londrina.
Quem eram as vítimas
Karoline morreu ainda no colégio. Luan foi levado em estado gravíssimo ao Hospital Universitário (HU) de Londrina, mas teve a morte confirmada na madrugada de terça.
Além de estudarem no mesmo colégio, os dois frequentavam a mesma igreja. Keller Alves, mãe de Karoline, contou que encontrou por várias vezes a filha fazendo orações em chamada de vídeo com o namorado.
"Ela lutava a favor da vida em todas as circunstâncias. Era uma menina de oração".
Luan morava com o avô, Miro da Silva, que contou como era o relacionamento com o neto. Em entrevista à RPC, ele não aguentou a emoção ao descrever a dor de perder o adolescente e pediu um abraço à repórter Kathulin Tanan.
Jardim de flores
O local em que a aluna Karoline Verri e o aluno Luan Augusto estavam quando foram baleados dentro do colégio recebeu um jardim de flores em memória a eles. Antes, o local tinha uma mesa de tênis de mesa de concreto.
Segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seed), o canteiro tem flores de begônias e ixora. Uma árvore manacá-da-serra também foi plantada ao centro do canteiro.
Depois do ataque, a escola passou por reformas para voltar a receber os estudantes. Entre as mudanças, a pintura do colégio foi alterada.
Cobrança por mais policiamento
Rodrigo Augusto, pai de Luan, disse temer que o episódio se repita se nada for feito pelas autoridades.
"Vai acontecer de novo. Vai ser outro pai que vai chorar depois. O mal está aí. Esses caras comemoraram a morte do meu filho. Teve festa. Os governantes têm que se preocupar com as pessoas que estão voltando agora pra escola. A gente também tá precisando de carinho, mas esses alunos também. Eles estão arrebentados".
O secretário de Segurança Pública garantiu que três mil policiais militares devem ser contratados para reforçar a segurança nos colégios estaduais.
Retorno aos poucos
Em Cambé, as aulas no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, onde o crime ocorreu, retornaram nesta segunda-feira (26), segundo a Secretaria de Estado de Educação. As aulas da rede municipal também voltaram nesta segunda-feira (26).
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