22/03/2023 | 23:44 | G1
Policiais derrubam parede falsa em casa de suspeito de planejar morte de Sergio Moro e outras autoridades
Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) encontrou uma parede falsa nesta quarta-feira (22) em uma casa de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, que foi alvo de mandado de busca e apreensão por suspeita de utilização do espaço por uma facção criminosa.

O grupo é suspeito de planejar matar e sequestrar autoridades do país. O ex-juiz da Lava Jato e senador Sergio Moro afirmou que era um dos alvos do grupo criminoso. 

Segundo a polícia, a parede poderia ser utilizada como esconderijo para objetos ilícios. Dentro do lugar, entretanto, nada foi localizado.

Nas primeiras horas da Operação Sequaz, deflagrada no início da manhã desta quarta, as autoridades buscavam principalmente por armas que poderiam ser usadas em eventuais ataques.

Pelo menos nove pessoas foram presas.

Até o início da tarde, a polícia tinha confirmado que apreendeu armas na operação, mas não especificou quantas. Maços de dinheiro também foram apreendidos, mas a polícia não revelou valores.

De acordo com a PF, foram 24 mandados de busca e apreensão, sendo sete de prisão preventiva e quatro de prisão temporária. As ordens judicias foram executadas no Paraná, Distrito Federal, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rondônia. 

De acordo com a PF, a facção investigada atua dentro e fora dos presídios brasileiros e internacionalmente.

Quando era ministro de Segurança Pública, Moro determinou a transferência do chefe da facção, Marcola, e outros integrantes para presídios de segurança máxima. À época, o senador defendia o isolamento de organizações criminosas como forma de enfraquecê-las.

Moro agradeceu operação 
O ex-juiz da Lava Jato e atual senador do Paraná agradeceu o trabalho de policiais na operação e anunciou para esta quarta-feira (23) um pronunciamento sobre ser alvo de ameaças do grupo criminoso. A fala deve ser ocorrer na Tribuna do Senado, por volta das 16h.

"Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado", cita a postagem.

Investigações 

De acordo com as investigações, os suspeitos planejavam homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da federação. Os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea.

Segundo Moro, a retaliação contra ele era motivada por mudanças no regime de visitas em presídios. Criminosos também trabalhavam com a ideia de sequestrar o senador como forma de negociar a liberação de Marcola.

Ao menos 10 criminosos se revezavam no monitoramento da família do senador em Curitiba, segundo agentes. Os suspeitos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços do senador. A família do senador também teria sido monitorada por meses pela facção criminosa, apontam os investigadores. 

Conforme apuração do g1, depois de alerta do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, o senador e a família passaram a contar com escolta da Polícia Militar do Paraná.

Outro alvo do grupo era Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente, interior de São Paulo, devido às investigações comandadas por ele.

De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi, um comandante de Polícia Militar também era alvo dos atentados.

 

Suspeitos
 

Segundos os investigadores, até por volta de 9h40 estavam confirmados mandados contra os seguintes suspeitos (outros nomes não foram divulgados):

Janeferson Aparecido Mariano;
Patrick Uelinton Salomão;
Valter Lima Nascimento;
Reginaldo Oliveira de Sousa;
Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan;
Claudinei Gomes Carias;
Herick da Silva Soares;
Franklin da Silva Correa.
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