Arroz contaminado com larvas foi servido na merenda dos estudantes do Colégio Estadual Vicente Tomazini de Francisco Alves, no oeste do Paraná, na segunda-feira (27). De acordo com a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR), 230 kg de arroz foram contaminados por traças de cereais. Os pacotes estavam dentro do prazo de validade.
Trezentos e trinta e um alunos estudam no colégio, 258 estão matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental e 73 cursam o Ensino Médio. Neste ano, os adolescentes passaram a ter aulas em período integral (manhã e tarde) e ainda há aulas no período noturno para aqueles que cursam o Ensino Médio no formato regular.
O diretor do colégio, Jorge Batista Paiva, entrou em contato com o Setor da Alimentação Escolar do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Umuarama (PR), e solicitou orientações a respeito do alimento contaminado. O estoque foi retirado do Colégio Vicente Tomazini, e o diretor pediu para que o fornecedor fizesse a reposição dos pacotes até o fim desta semana.
A responsável pelas merendas do NRE, Edina Monteiro, foi até o colégio para vistoriar o refeitório. Os estudantes fizeram o registro das imagens e compartilharam nas redes sociais, enquanto que os pais foram até a unidade educacional para remover os 46 sacos de 5 kg.
CONFIRA A NOTA DA SEED-PR NA ÍNTEGRA:
"Em relação à merenda no Colégio Estadual Vicente Tomazini, do município de Francisco Alves, a Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) bem como o Núcleo Regional de Educação do município de Umuarama - responsável pela unidade - esclarecem que foram informados a respeito da situação e que uma visita técnica será realizada na instituição, ainda nesta terça-feira (28). A inspeção terá por objetivo identificar os alimentos afetados, descartar aqueles nos quais eventuais danos sejam observados e substituí-los - a depender da quantidade - ainda nesta semana.
Destaca-se ainda que o fornecedor responsável pela entrega do arroz (alimento no qual foram relatados os problemas), será devidamente notificado e que tal situação é pontual e restrita à última leva de arroz entregue à escola. A Seed-PR frisa, ainda, que reforçará a fiscalização sobre os alimentos que forem entregues ao colégio, para garantir a manutenção na qualidade das refeições oferecidas."
PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA
O Colégio Estadual Vicente Tomazini tem uma infraestrutura precária e o problema foi discutido na primeira reunião do ano realizada entre os pais e os representantes do colégio e do NRE. Em 7 de fevereiro, um dia após o início do ano letivo, os responsáveis pelos estudantes se reuniram em frente ao colégio para reclamar dos banheiros, cantinas e salas.
"Eles colocaram as aulas em tempo integral, mas a situação do colégio é precária, não tem uma cantina decente. Dentro das salas de aula, quando chove, molha tudo. Não há funcionários, somente duas cozinheiras e uma funcionária da limpeza", afirmou Sirlene de Paiva, mãe de um aluno do 6º ano do colégio, em entrevista ao Portal O Bemdito.
Segundo ela, além da situação estrutural e pessoal, outros problemas registrados no ano de 2022, envolvendo uso de drogas, consumo de bebidas alcoólicas, por parte dos alunos, agressões físicas e sexuais, também preocupam os pais.
De acordo coma a Seed-PR, a escolha de tornar o colégio com ensino na modalidade integral se baseou em critérios como a estrutura física, incluindo um número suficiente de salas para comportar todas as turmas em tempo integral.
Além disso, a Seed-PR reitera que a unidade educacional servirá cinco refeições por dia (como acontece em todas as escolas da rede estadual com educação em tempo integral) e receberá 55 novos equipamentos de informática (incluindo desktops, chromebooks e kits robótica) para reforçar a infraestrutura tecnológica necessária para a nova modalidade até maio deste ano.
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