Ao deixar a prisão depois de quatro dias detido temporariamente, o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), disse que foi vítima de uma "crueldade enorme".
"Eu não merecia o que aconteceu. Mas estou de cabeça erguida e respondo às acusações sem a menor dificuldade", declarou à imprensa, por volta das 0h30 deste sábado (15).
O tucano, que é candidato ao Senado e estava em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, afirmou ainda que vai retomar a campanha.
Richa é suspeito de participar de fraudes à licitação e desvios de dinheiro público em obras de estradas rurais no Paraná, durante seu mandato (2011-2018). Ele nega as suspeitas, e sua defesa afirma que a prisão foi "oportunista".
Ele foi libertado por ordem do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que comparou a prisão a um ato da ditadura militar.
O tucano ainda acusou o delator que levantou as suspeitas contra ele, o ex-deputado estadual e antigo amigo de Richa, Tony Garcia -que já foi preso e condenado por crimes financeiros.
"A sua história de vida não demonstra nenhuma credibilidade. Ao contrário", declarou. "Aí eu pergunto: vale a palavra dele ou a minha palavra?"
Além dele, foram libertados todos os demais investigados pelo Ministério Público do Paraná, incluindo sua mulher, Fernanda Richa, e o irmão e ex-secretário de Infraestrutura, Pepe Richa.
O Ministério Público apontou o tucano como principal beneficiário de um esquema de desvio em obras públicas, e defendeu que a prisão preservava provas e impedia a interferência do grupo em testemunhas.