05/06/2022 | 11:28 | Tribuna do Paraná
Céu também é delas! Conheça a única copiloto do Grupamento de Operações Aéreas da Polícia Civil do Paraná
Tribuna do Paraná
Na rotina dominada por homens, Daiane Zanon, 40, já nada – ou melhor – voa de braçada. Há dez anos atuando como investigadora na Polícia Civil do Paraná (PCPR), a agente assumiu no mês de maio, o posto de copiloto no Grupamento de Operações Aéreas (GOA) da PCPR, situado no bairro Bacacheri, em Curitiba. Única mulher a assumir o cargo na organização, Zanon é a representação da tímida presença feminina num mercado composto, na sua maioria esmagadora, pelos homens. Em conversa com a Tribuna, a copiloto contou um pouco de sua história, chamando a atenção para a importância da abertura de espaço para as mulheres na aviação nacional.

A diferença é extravagante. Segundo dados apurados e divulgados no mês de março pela empresa EasyJet, de todos os pilotos de avião em atividade, em todo o mundo, apenas 6% são mulheres. No Brasil, o último levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), publicado em 2017, mostrou que – no país – apenas 41 mulheres atuavam como pilotos comerciais. Número irrisório, comparado aos quase 5 mil pilotos do sexo masculino registrados no mesmo setor naquele ano. Desde então, centímetro a centímetro, a presença feminina vem crescendo no espaço aéreo brasileiro. Motivo de orgulho para quem vê de fora, e de responsabilidade para quem vê de dentro.

Assim descreve a investigadora da Polícial Civil do Paraná, Daiane Zanon, quando perguntada sobre como enxerga seu novo cargo. À frente da copilotagem do Grupamento de Operações Aéreas (GOA), Daiane, junto com outros dois agentes da organização, passou pelo curso para formação de pilotos comerciais no início deste ano, tornando-se uma das únicas integrantes da organização capacitadas a empregar o avião bimotor – utilizado nas missões da polícia judiciária. Mais que grande conquista, a ascensão ao cargo, segundo Daiane, é sonho realizado. “A aviação era meu sonho de infância. Desde bem pequena meu maior desejo era estar pelos ares. Só que ao contrário do glamour das ‘aeromoças’ eu me enxergava pilotando os aviões”, conta.

Foram anos de preparo que, a princípio, quase “morreram na praia”. Formada em ciências aeronáuticas, Daiane teve de abrir mão da pilotagem logo após a graduação. “Quando me formei eu tinha toda a força de vontade necessária para decolar. Literalmente. Só que quando entrei no mercado, percebi que a profissão exigia altíssimos investimentos e que o resultado vinha a longo prazo. Sem ter como arcar com os custos deste início de carreira, acabei engavetando este sonho e comecei a estudar para concurso público”, relembra.
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