Invasão da Rússia à Ucrânia: previsão de alta até 10% nos combustíveis e gasolina a R$ 9,50
Os preços dos combustíveis no Brasil e no Ceará terão reajuste de até 10% como consequência dos desdobramentos econômicos do conflito gerado pela invasão da Rússia à Ucrânia. As projeções do mercado destacam que caso o conflito se intensifique ou se alongue por mais tempo, os consumidores brasileiros poderão ter que pagar, em média, até R$ 9,50 pelo litro da gasolina comum.
Logo após a confirmação da invasão russa à Ucrânia, o mercado internacional de combustíveis e energia entrou em instabilidade, registrando uma escalada de preços no barril do petróleo. Pela primeira vez desde setembro 2014, o preço do barril do petróleo Brent, extraído em regiões da Europa e Ásia, alcançou os US$ 100,04 (dólares).
Ao longo desta quinta-feira, 24 de fevereiro, o produto computava alta de cerca de 8% no preço, com potencial de elevação ainda maior até o fechamento do mercado. As projeções indicam que, caso o conflito se intensifique e dure por mais tempo, o preço do barril de petróleo poderá atingir o patamar de US$ 120 até o fim de fevereiro.
"Se o conflito se intensificar e envolver outras nações, teremos uma escalada de preços muito maior. O mesmo vale para implementação de sansões comerciais à Rússia", detalha Ricardo Pinheiro, engenheiro de petróleo e diretor da RPR engenharia e consultoria. O especialista revela ainda que além das questões políticas para a crise, a disputa pelo mercado energético, com a venda de gás natural para Europa, é um agravante do conflito, o que gera impactos ainda maiores no mercado internacional desses produtos.
Reajuste de até 10% no preços dos combustíveis
Com o preço do petróleo em disparada e a atual política de preços da Petrobras, que determina a paridade de valores do mercado nacional com o internacional, Ricardo projeta um reajuste mínimo de 5%, podendo chegar ao patamar de 10% ainda este mês para todos os combustíveis. "Essa é uma discussão que empresários e pesquisadores do setor estão tendo há semanas em fórum especializados. A alta será imediata, não terá como ser diluída em reajustes sequenciais", revela.
Os impactos para o consumidor dependerá das ações diplomáticas e dos desdobramentos da geopolítica mundial, contudo, devem ser sentidos, para alívio ou aflição, em um período entre uma e duas semanas, com relação aos combustíveis e de forma mais imediata com relação a inflação de outros produtos. "Mesmo coso ocorra a atenuação do conflito, a Petrobras precisará repassar para as refinarias os novos patamares de preços do barril, então é muito provável que nos próximos 15 dias, nós teremos um novo reajuste. Dessa vez, em todos os combustíveis".
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