Estrutura é considerada uma das mais seguras do mundo.
Após o rompimento de uma barragem de contenção de rejeitos em Brumadinho (MG), nesta sexta-feira (25), moradores de Foz do Iguaçu questionaram, através das redes sociais, sobre a segurança da barragem da usina hidrelétrica de Itaipu, localizada no município.
Construída entre 1975 e 1982, ano em que houve o represamento do rio Paraná para a formação do Lago de Itaipu, a estrutura da barragem é considerada segura, tanto no trecho de concreto, onde estão as turbinas e o vertedouro; como no trecho de enrocamento, composto por terra e rochas.
A estrutura de Itaipu é monitorada, em tempo real, por ampla rede de sensores. Além disso, a hidrelétrica, que tem vida útil estimada de pelo menos 300 anos, é considerada uma das mais seguras do mundo, tendo sido erguida sobre leito rochoso sólido e sendo capaz de resistir, até mesmo, a situações de terremotos.
Em 2019, Itaipu Binacional deve dar início ao processo de atualização tecnológica da usina, tendo como meta modernizar equipamentos e ampliar a disponibilidade de seu parque gerador para a produção de energia.
No Parque Tecnológico Itaipu (PTI), está localizado o Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (Ceasb), considerado referência para pesquisadores da área no Brasil e no exterior.
O que diz Itaipu Binacional?
Em itálico, abaixo, esclarecimento oficial distribuído pelo setor de Comunicação Social da usina:
O rompimento de uma barragem de resíduos de mineração em Minas Gerais, reacendeu as discussões sobre a segurança desse tipo de estrutura no país, que somam cerca de 15 mil, de acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA).
No caso da Itaipu, esse tema é particularmente relevante por se tratar de uma das maiores barragens do mundo; as cidades de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este estarem localizadas nas margens do Rio Paraná, a alguns quilômetros a jusante (abaixo) da usina; e o fato de o reservatório, embora sob algumas limitações, ter papel de gestão das cheias do rio.
No desenvolvimento de suas atividades, a Itaipu leva em consideração o princípio da precaução que é aplicável a um único risco ambiental irreversível: o comprometimento da segurança física da barragem da usina. Apesar de ser improvável, a empresa é referência mundial no tema e teve atuação destacada na criação da lei 12.334/2010, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens, e de suas regulamentações, que definem uma série de mecanismos e instrumentos que são adotados voluntariamente pela Itaipu. A usina também participa ativamente do Comitê Brasileiro de Grandes Barragens (CBDB) e da Comissão Internacional de Grandes Barragens (ICOLD).
A segurança da barragem é assegurada por meio de um programa de vigilância e manutenção abrangente, sob a responsabilidade das Superintendências de Obras, Engenharia, Manutenção e Operação. A usina mantém um banco de dados com mais de 30 anos de leituras de instrumentação e todos os desenhos técnicos foram digitalizados, para permitir acesso rápido às informações. Quando possíveis problemas são identificados, estudos adicionais são conduzidos, instrumentação é adicionada, e/ou protocolos de manutenção são modificados.
A entidade conta com mais de 2.792 instrumentos para acompanhar o comportamento das estruturas de concreto e da fundação das suas barragens, além de 5.295 drenos para detectar aumento de vazão.
Os instrumentos mais importantes (cerca de 10% do total) são monitorados on-line e contam com um sistema de alerta que quando são detectadas anormalidades, profissionais especialistas são avisados para tomar as medidas necessárias. Os demais instrumentos são lidos manualmente em uma programação diária e em inspeções visuais periódicas.
A área ao redor do reservatório conta com monitoramento sísmico desde 1978, realizado por sete estações instaladas, e os resultados são analisados com o apoio da Universidade de Brasília. O acompanhamento confirmou que a área tem baixa sismicidade natural e nenhum movimento induzido pelo reservatório foi detectado.
Outra forma de monitoramento é o hidrológico, realizado por extensa rede de estações hidrometeorológicas. O objetivo é monitorar o fluxo de água em vários pontos do Rio Paraná e de seus principais afluentes a montante do reservatório, de modo a trazer maior previsibilidade, com razoável antecedência, às vazões afluentes à Itaipu, resultando em melhor gestão do nível do reservatório e, por consequência, na segurança da barragem, no gerenciamento de eventuais cheias e no planejamento e otimização da produção de energia.
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